quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Comunidade

A Comunidade Terapêutica Projeto Vida tem regras rígidas. Caso não se cumpram, indicativos são aplicados aos adictos, das mais leves, como descascar dez quilos de batatas, até mais pesadas, como carpir o terreno do sítio ou até mesmo 'tranca' para 'refletirem mais e melhor' sobre o porquê de estarem ali. Ficar seis meses confinados é o começo de uma longa jornada que só depois de dois anos é que se pode dizer que o dependente vai saber se manter longe da droga ou do álcool, mas continua sendo um adicto para o resto da vida. Ao longo desse tempo, o adicto deve lembrar dos "doze passos". 
O apoio dos familiares é importante. Aprendemos nas reuniões semanais que os familiares são "co-dependentes". Precisamos também de ajuda psicológica, espiritual e de orientação de como proceder, de como lidar com um ente querido que esteja internado na Comunidade. Colocamos o nosso lado emocional e o racional numa mesma balança. E há momentos que o emocional prevalece, mas não podemos fraquejar. Faz parte do tratamento não entrar na chantagem emocional do doente.
E que Deus nos fortaleça e nos dê paciência para enfrentarmos as situações que Ele nos coloca para o nosso próprio bem.
Querido Deus, te peço que olhe para os que vivem nas Cracolândias e que não têm a chance de estar numa clínica de reabilitação. E olhe também para os que estão internados, para os pais desses doentes e tenha piedade de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário