segunda-feira, 23 de março de 2020

Guarulhos nos tempos do Covid19


Minha querida cidade!
Tá tudo tão melancólico!
Avenidas e ruas desertas!
Nenhum corre-corre.
Nenhum aperto de mão.
Nenhum abraço.

À noite, mais triste ainda!
As luzes, iluminando-te.
Sem vivalma.
Até quando, minha querida!?
Até quando tu silenciosa?

Que saudade do teu som...
Que saudade do teu sorriso
No rostos de tuas crianças!
Dos velhinhos na praça.
Dos transeuntes.
Dos teus edifícios lotados.

Tua Matriz aconchegante.
Vazia agora.
Teu comércio de roupas
Na Dom Pedro, vazio.
Nosso bosque Maia ...
Onde estão todos?

Onde está a tua gente
Que ali, corria...brincava...
Andava de bike...
Exercitava-se...
Jogava bola...basquete...
Andava de skate...?

Onde estão todos?

Estamos todos confinados
Somos todos iguais diante
do inimigo cruel.
Dentro dos lares,
encontram-se todos.
Chorosos...Esperançosos.

Fiquem em casa!
Não saiam! Não se beijem!
Não se toquem!
Essa é a ordem!
Ordem dada,
Ordem cumprida.

Cidade acolhedora,
Muitos voltarão em breve,
a ocupar os teus espaços,
a abraçar-te, a cuidar de ti.
Outros já estarão
Nos teus sepulcros.

Vencidos pela catástrofe.
Vencidos pelo Covid19.

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