quarta-feira, 16 de maio de 2018

Amenidades


             
          Estava recordando de coisas agradáveis acontecidas comigo, nos anos 60.
          Exatamente em 1968, primeiro semestre, cursando o primeiro ano do então Curso Clássico, no período  noturno...Vale aqui um parenteses: o que é hoje ENSINO MÉDIO era naquela época Clássico e Cientifico)...eu e um colega de classe resolvemos dar uma "forcinha" para nossa amiga que estava gostando de um menino.
          Fizemos uma aposta pra ver se eu conseguiria convencer o menino a namorá-la.
          Se eu perdesse, eu deixaria meu amigo Moacir me beijar... E se ele perdesse, me pagaria um pão de queijo, que já existia naquela época.
          O que não existia naquela época era a expressão 'ficar', mas a ação de 'ficar' já existia.
          "Ficar com alguém" surgiu nos anos 80 e para umas pessoas  significava 'libertinagem'e para outras,  um 'pré namoro'. E o ficar poderia ser apenas durante um beijo sem compromisso, ou poderia durar um pouco mais para que os adolescentes se conhecessem melhor e  talvez, assumirem um compromisso.
          Voltando a aposta que fizemos, eu conversei com o garoto, argumentei que uma menina queria namorá-lo.
          O meu amigo Moacir, um jovem bonito, 17 anos, negro, alto, dizia que o garoto não namoraria a menina e eu dizia que sim.
          O garoto pediu a menina em namoro...mas durou pouco tempo, logo terminaram, com a justificativa de que ele gostava de outro.
          Meu amigo Moacir dizia que ganhou a aposta porque o namoro mal começou, logo terminou e eu dizia que eu tinha  ganhado.
          'Eu quero meu pão de queijo, Moacir.'
          'Eu quero meu beijo!'
          Decidimos nos beijar (E não era 'selinho' não, já que o selinho entre os adolescentes  surgiu bem depois).
          Depois do beijo inesquecível, ganhei o pão de queijo!
          Eu fui a precursora do 'ficar"! E a aposta terminou em empate...
          Nada mais justo!
                     Dinorá

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