quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Autorretrato




               Nasci no dia 30 de maio de 1949, no hospital e maternidade Leonor Mendes de Barros, no bairro do Brás, São Paulo. Quando pequena, morei com meus pais, na Vila Guilherme, Vila Maria.
Quando eu estava com 6 anos, meus pais se separaram. Eles tinham três filhos. Uma vida desgraçada por causa do alcoolismo do meu pai, que foi internado pra se livrar do vício.
Minha mãe foi para um abrigo de acolhimento para mulheres separadas, chamado Amparo Maternal. Pelas minhas lembranças, minha mãe disse que era na Vila Clementino. Ficamos eu, minha mãe, minha irmã, com cinco anos, naquele local. Meu irmão mais velho não pôde ficar, porque já era grandinho. Teve que ficar com nossa tia, num bairro distante do nosso. Alguns meses depois, pudemos sair de lá e voltar pra casa, depois de uma conversa que a assistente social teve com meu pai, que prometeu que deixaria a bebida. Nasceu meu irmão caçula.
Foi nessa ocasião, que meu irmão voltou pra casa e minha mãe me deixou com essa tia, pois ela não tinha filhos e se acostumou com o menino, mas a minha mãe, achou por bem, me deixar, ao invés do meu irmão.
Nos dois anos que fiquei morando com minha tia, ela me matriculou na escola. Cuidou de mim.
Eu peguei um amor muito grande pela minha tia Anésia, que quando minha mãe foi me buscar de volta, eu chorei muito, não queria me separar dela.
Continuei os estudos na Escola Pública. Eu ia completar treze anos, quando prestei exames na melhor escola pública que existia na época. Minha mãe sempre se preocupou com nossos estudos. Frequentávamos a Igreja Católica Nossa Senhora da Candelária, onde fiz a primeira comunhão. Outra preocupação da minha mãe era que tivéssemos orientação religiosa. Ela era costureira e fez o meu vestido longo pra aquela ocasião. Eu estava, então, com 10 anos quando concluí as aulas de catequese com o padre Augusto.
Eu passei nos exames rigorosos e pude frequentar aquela escola, que apesar de ser distante de casa, frequentei durante os melhores anos da minha vida!
Meu pai era motorista, não largou o vício, mas fomos levando nossa vida. Ele me levava bem cedo ao ponto de ônibus, todos os dias para ir ao “Instituto de Educação Padre Anchieta”, no bairro do Brás, na avenida Celso Garcia, em frente à rua do Hipódromo. Era 1962.
Fato curioso é que no primeiro ano em que lá estive, só meninas frequentavam a escola. No ano seguinte, deram oportunidade para que os meninos também estudassem lá.  A sigla da escola que eram as letras IFEPA (Instituto Feminino de Educação Padre Anchieta) passou a ser IEPA. O distintivo era um triângulo vermelho, bordado do lado esquerdo da blusa branca do uniforme, que a minha mãe me fizera.
Lá, passei seis anos. Fui reprovada na quinta e na sexta série em Matemática. Em 1967, terminei a oitava série. Participei do baile de formatura, cujo vestido longo, com uma fenda do lado esquerdo, foi feito pela minha mãe. Era 1968.
Em 22 de novembro de 1963, a morte do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy comoveu o mundo inteiro. Foi assassinado. Eu o admirava muito.
Foi nessa escola, que conheci o amor da minha vida, mas nem sequer namoramos.
Em janeiro de 1969, me casei. Tive um casal de filhos. Depois de 18 anos, nos separamos. Em 1987, falece meu pai. Nesse mesmo ano, conheço meu segundo esposo. Tive mais um casal de filhos. Nessa época, já estava há 5 anos lecionando em escola pública, lecionando Português e Inglês, onde permaneci por 28 anos. Fui professora por opção. Não tinha vocação, apesar de sempre gostar de estudar.
Agora, aposentada, escrevo sobre o cotidiano, no meu blog. Gosto de fazer crochê... leio as notícias todos os dias, assisto aos vídeos das minhas inscrições, pelo You Tube...isso tudo me ajuda a não sentir tédio. Em 2013, minha mãe falece e em 2015, minha irmã Nair também se foi desta vida. Meu irmão mais velho mora com a família no Tatuapé e o meu irmão caçula mora sozinho, num bairro próximo ao meu.
Nesse mesmo ano de 2015, em julho, fui à passeio ao México, a convite de meu amigo Rodrigo. Lá, permaneci por oito dias. Tenho ido a Goiânia desde 2008, visitar minha filha mais velha que mora lá, desde 2005.
Em dezembro de 2016, por opção, resolvi vir morar com minha filha Mayara. O meu filho Júnior mora em Sorocaba e o meu filho Felipe se casou e mora na mesma casa que eu morava.
E assim vou vivendo e revivendo minhas lembranças, até o dia que Deus quiser me levar desta vida. 

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