Nasci
no dia 30 de maio de 1949, no hospital e maternidade Leonor Mendes de Barros,
no bairro do Brás, São Paulo. Quando pequena, morei com meus pais, na Vila
Guilherme, Vila Maria.
Quando
eu estava com 6 anos, meus pais se separaram. Eles tinham três filhos. Uma vida
desgraçada por causa do alcoolismo do meu pai, que foi internado pra se livrar
do vício.
Minha
mãe foi para um abrigo de acolhimento para mulheres separadas, chamado Amparo
Maternal. Pelas minhas lembranças, minha mãe disse que era na Vila Clementino.
Ficamos eu, minha mãe, minha irmã, com cinco anos, naquele local. Meu irmão
mais velho não pôde ficar, porque já era grandinho. Teve que ficar com nossa
tia, num bairro distante do nosso. Alguns meses depois, pudemos sair de lá e
voltar pra casa, depois de uma conversa que a assistente social teve com meu
pai, que prometeu que deixaria a bebida. Nasceu meu irmão caçula.
Foi
nessa ocasião, que meu irmão voltou pra casa e minha mãe me deixou com essa
tia, pois ela não tinha filhos e se acostumou com o menino, mas a minha mãe,
achou por bem, me deixar, ao invés do meu irmão.
Nos
dois anos que fiquei morando com minha tia, ela me matriculou na escola. Cuidou
de mim.
Eu
peguei um amor muito grande pela minha tia Anésia, que quando minha mãe foi me
buscar de volta, eu chorei muito, não queria me separar dela.
Continuei
os estudos na Escola Pública. Eu ia completar treze anos, quando prestei exames
na melhor escola pública que existia na época. Minha mãe sempre se preocupou
com nossos estudos. Frequentávamos a Igreja Católica Nossa Senhora da
Candelária, onde fiz a primeira comunhão. Outra preocupação da minha mãe era
que tivéssemos orientação religiosa. Ela era costureira e fez o meu vestido
longo pra aquela ocasião. Eu estava, então, com 10 anos quando concluí as aulas
de catequese com o padre Augusto.
Eu
passei nos exames rigorosos e pude frequentar aquela escola, que apesar de ser
distante de casa, frequentei durante os melhores anos da minha vida!
Meu
pai era motorista, não largou o vício, mas fomos levando nossa vida. Ele me
levava bem cedo ao ponto de ônibus, todos os dias para ir ao “Instituto de
Educação Padre Anchieta”, no bairro do Brás, na avenida Celso Garcia, em frente
à rua do Hipódromo. Era 1962.
Fato
curioso é que no primeiro ano em que lá estive, só meninas frequentavam a
escola. No ano seguinte, deram oportunidade para que os meninos também
estudassem lá. A sigla da escola que eram
as letras IFEPA (Instituto Feminino de Educação Padre Anchieta) passou a ser
IEPA. O distintivo era um triângulo vermelho, bordado do lado esquerdo da blusa
branca do uniforme, que a minha mãe me fizera.
Lá,
passei seis anos. Fui reprovada na quinta e na sexta série em Matemática. Em
1967, terminei a oitava série. Participei do baile de formatura, cujo vestido
longo, com uma fenda do lado esquerdo, foi feito pela minha mãe. Era 1968.
Em
22 de novembro de 1963, a morte do presidente dos Estados Unidos, John F.
Kennedy comoveu o mundo inteiro. Foi assassinado. Eu o admirava muito.
Foi
nessa escola, que conheci o amor da minha vida, mas nem sequer namoramos.
Em
janeiro de 1969, me casei. Tive um casal de filhos. Depois de 18 anos, nos
separamos. Em 1987, falece meu pai. Nesse mesmo ano, conheço meu segundo
esposo. Tive mais um casal de filhos. Nessa época, já estava há 5 anos
lecionando em escola pública, lecionando Português e Inglês, onde permaneci por
28 anos. Fui professora por opção. Não tinha vocação, apesar de sempre gostar
de estudar.
Agora,
aposentada, escrevo sobre o cotidiano, no meu blog. Gosto de fazer crochê...
leio as notícias todos os dias, assisto aos vídeos das minhas inscrições, pelo
You Tube...isso tudo me ajuda a não sentir tédio. Em 2013, minha mãe falece e
em 2015, minha irmã Nair também se foi desta vida. Meu irmão mais velho mora
com a família no Tatuapé e o meu irmão caçula mora sozinho, num bairro próximo
ao meu.
Nesse
mesmo ano de 2015, em julho, fui à passeio ao México, a convite de meu amigo
Rodrigo. Lá, permaneci por oito dias. Tenho ido a Goiânia desde 2008, visitar
minha filha mais velha que mora lá, desde 2005.
Em
dezembro de 2016, por opção, resolvi vir morar com minha filha Mayara. O meu
filho Júnior mora em Sorocaba e o meu filho Felipe se casou e mora na mesma
casa que eu morava.
E
assim vou vivendo e revivendo minhas lembranças, até o dia que Deus quiser me
levar desta vida.
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