Todas as vezes, que passo diante dele, me assusto com o meu vulto.
Parece uma sombra. Dou um passo para trás e vejo a minha imagem refletida no
espelho. E ela me diz:
- É você mesma, Dinorá. Quem você pensou que era!? Quem mandou morar
sozinha? Os seus olhos a traem, pois
você se vê de perfil, 'de rabo de olho' quando passa. Ouve vozes...ruídos,
móveis sendo arrastados, barulho de porta que bate. Até o som do
elevador incomoda no meio da noite. Com o tempo, você se acostuma, faz
parte da adaptação.
Um dos ruídos já identifiquei. O freezer é muito barulhento de
madrugada. Parece alguém caminhando em direção à cama que estou deitada. É tudo muito próximo.
As vozes são dos vizinhos que conversam fora de hora.
Oh! Deus Todo Poderoso, afaste de mim os fantasmas! Eu quero dormir!
Dinorá
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